Vice critica modo como Juvenal escolheu seu candidato à sucessão, vê clube com 'perda institucional' e se irrita com comparação ao Corinthians.
No último dia 12 de setembro, Carlos Augusto de Barros e Silva e Juvenal Juvêncio assistiram à vitória do São Paulo sobre a Ponte Preta lado a lado, na tribuna do Morumbi, como acontece há anos. Mas com uma diferença significativa. Dessa vez, o presidente não dirigiu a palavra ao vice. Tudo porque, dias antes, Leco ousou contrariá-lo e não aceitou a indicação de Carlos Miguel Aidar para ser o candidato da situação na eleição de abril do ano que vem.
De todas as facetas de Juvenal, destaca-se o fato de ele não aceitar ser contestado. Só que Leco, aliado há 29 anos, não engole a maneira como se chegou ao possível sucessor. Apenas três dias depois de liberar quatro pré-candidatos (Leco, Aidar, Júlio Casares e Roberto Natel) a fazerem campanha e buscarem apoio, Juvenal disse que os grupos da situação optaram por Aidar. Leco não acreditou. Tem certeza de que o prazo foi insuficiente para qualquer conclusão, e que a decisão já estava tomada. Um jogo de cartas marcadas.
É nesse cenário que o senhor de 75 anos, nome pomposo, mas popularizado pelo apelido fácil, e pela atuação no futebol do São Paulo em grande parte da década passada, jura que vai manter sua candidatura até o fim, e enfrentar Carlos Miguel Aidar e Kalil Rocha Abdalla em 2014. Um símbolo, já que foram raras as vezes em que um aliado seguiu caminho contrário ao indicado por Juvenal em seus oito anos de mandato.
- Eu me sinto muito legitimado para exercer a presidência do São Paulo, e vou lutar por isso. Não é apenas um sonho, é um compromisso com a entidade que amo. Não abro mão.
Leco considera um retrocesso a recondução de Aidar ao poder depois de 30 anos, e nega ser responsável por qualquer ruptura na situação, embora reconheça que ela está se “esfacelando”. o atual vice-presidente do clube, e também diretor de orçamento e controle, defendeu uma “crise de modernização” para o São Paulo.
Para isso, ele conta com apoio da ala jovem. Recentemente, um grupo de pessoas que inclui até parentes de Juvenal, além do filho do ex-presidente Marcelo Portugal Gouvêa, se declarou a favor de sua candidatura.
Apesar do desentendimento recente, Leco fez elogios à gestão de Juvenal, a quem considera um dos maiores presidentes da história, mas criticou seu terceiro mandato, e descartou qualquer sequela na relação com Muricy Ramalho, fruto da passagem anterior do técnico pelo Morumbi.
- Ele e o Telê Santana são os maiores técnicos que o São Paulo já teve.
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