segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Perto da zona da degola, São Paulo sofre com seu pior ataque no século


Muricy Tata Milton Cruz (Foto: Marcos Ribolli)

Com 21 gols em 24 jogos, Tricolor tem aproveitamento mais baixo desde 2001. Muricy força treinamentos para acabar com má fase dos atacantes.
Muricy Ramalho foi à loucura no banco de reservas com o número de chances perdidas pelo São Paulo na derrota para o Grêmio (veja os melhores momentos do jogo no vídeo ao lado). Dida fez milagres, mas o Tricolor paulista abusou das finalizações erradas e viu o fantasma do rebaixamento voltar a se aproximar. Em um ano repleto de recordes negativos, o time do Morumbi tem também seu pior desempenho em gols marcados desde o início do século no Campeonato Brasileiro.
Em 24 rodadas disputadas até o momento, os são-paulinos balançaram as redes apenas 21 vezes, média de 0,87. Na comparação com os outros 19 participantes, apenas Náutico e Corinthians são menos produtivos. Os pernambucanos anotaram somente 14, enquanto o Alvinegro paulista acumula 20. O Cruzeiro, melhor nesse quesito, tem 50.
Os números do São Paulo são ainda piores se comparados com suas próprias campanhas em anos anteriores. Nunca neste século o clube marcou tão poucos gols quanto em 2013. Até então, as equipes de 2004 e 2010 estavam à frente, com 32 anotados em 24 rodadas. Mesmo assim, ficaram longe do rebaixamento. Neste mesmo momento do torneio, apareciam em quinto e oitavo lugar, respectivamente.
No tricampeonato brasileiro, também dirigido por Muricy Ramalho, o aproveitamento foi bastante superior. O Tricolor fez 39 gols em 2006 e 2008, além de outros 36 em 2007. Não por acaso, sobrou diante dos rivais.
Desde o início do sistema de pontos corridos, o melhor rendimento foi o de 2003, com 43 gols. Já nos outros anos com o mesmo formato, o clube conseguiu 32 (2004 e 2010), 33 (2009), 34 (2012), 36 (2007 e 2005) e 39 (2011). Em 2001 e 2002, ainda com o “mata-mata”, anotou 40 e 56, pela ordem.
O baixo aproveitamento passa diretamente pelo momento vivido pelos atacantes. Luis Fabiano é o principal artilheiro do time na temporada, com 20 gols, mas fez apenas cinco no Brasileirão, mesmo número de Aloísio (14 somando as outras competições). O Fabuloso, aliás, teve as melhores chances diante do Grêmio e parou em uma tarde de muita inspiração do veterano goleiro Dida.
– É uma coisa que acontece. Em alguns lances, não concluímos bem. Em outros, o Dida pegou. Mas fomos um time de futebol. O duro é quando você não dá um chute no gol dos caras, como foi contra o Goiás – disse Muricy.


Luis Fabiano derrota São Paulo contra Grêmio (Foto: Roberto Vazquez / Agência Estado)
Ninguém vive pior momento que Osvaldo. O atacante foi o destaque do time nos primeiros jogos da temporada, mas despencou de rendimento. Ele não marca um gol sequer desde o dia 28 de fevereiro, data da vitória por 2 a 1 sobre o Strongest, no Morumbi, pela fase de grupos da Taça Libertadores. São nada menos que 38 partidas de jejum.

– Ele (Osvaldo) voltou bem, deu profundidade e não deixou o lateral do Grêmio jogar. É outro jogador que precisamos recuperar – disse o treinador, que ainda conta com Welliton, Silvinho e Negueba para o mesmo setor.
Enquanto a defesa passava ilesa, o São Paulo não precisou de muitos gols desde a chegada do técnico: fez quatro nas vitórias sobre Ponte Preta (1 a 0), Vasco (2 a 0) e Atlético-MG (1 a 0). No entanto, assim que ela foi vazada, o setor ofensivo mostrou sua deficiência - derrotas para Grêmio e Goiás (0 a 1) e empate contra o Universidad Católica (1 a 1). São cinco marcados em seis confrontos.
Os erros diante dos gaúchos devem fazer Muricy aproveitar o pouco tempo de trabalho para, de novo, tentar aprimorar as finalizações. Desde que voltou ao Tricolor, o treinador vem separando sessões de atividades apenas para trabalhar os chutes a gol. Na quarta, o São Paulo faz o clássico contra o Santos, às 21h50m, na Vila Belmiro. Os gols serão fundamentais para o time não entrar mais uma vez na zona do rebaixamento.

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