sexta-feira, 4 de abril de 2014

Aidar x Kalil: veja as propostas dos candidatos à presidência do São Paulo

Montagem Carlos Miguel Aidar e Kalil Rocha Abdalla. (Foto: Arte / Globoesporte)

Conselheiros escolherão sucessor de Juvenal Juvêncio no dia 16 de abril Depois de oito anos, o São Paulo terá um novo presidente no dia 16 de abril. Os 235 conselheiros escolherão quem assumirá o cargo ocupado desde 2006 por Juvenal Juvêncio. Dois velhos conhecidos do atual mandatário disputam o poder no Morumbi. Carlos Miguel Aidar, candidato da situação, ou Kalil Rocha Abdalla, pela oposição, vai gerir os destinos do Tricolor até 2017.
Durante anos, Juvenal tentou "construir" um substituto, mas não se contentou com as lideranças políticas que surgiram no Morumbi. Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, Júlio Casares e Roberto Natel chegaram a abrir uma disputa interna pelo apoio de conselheiros, mas o presidente optou por escolher seu próprio mentor: Carlos Miguel Aidar.

Ex-presidente do São Paulo, de 1984 a 1988, o mais jovem da história (37 anos), Aidar, hoje com 67, foi um dos fundadores e dirigiu o Clube dos 13. Além disso, sustentou na Justiça o terceiro mandato de Juvenal, concedido após uma manobra no Conselho. Recentemente, articulou o fim da crise entre o Tricolor e a CBF, entidade que representa como advogado no "caso Héverton".
Provedor da Santa Casa de São Paulo, onde também concorre no dia 16, Kalil Rocha Abdalla é um dissidente do atual grupo. Também advogado, ele atuou como diretor jurídico nas gestões de Aidar e Juvenal e agora conta com o apoio de Marco Aurélio Cunha, outro que se afastou do presidente e novo homem-forte do futebol em caso de vitória.

Nos tópicos abaixo você confere as ideias dos candidatos para comandar o São Paulo pelos próximos três anos:

MORUMBI

Carlos Miguel Aidar: "A reforma do Morumbi é colocar uma coroa no rei. E ainda haverá dois prédios de estacionamento. É um ganho de qualidade inestimável. E vamos colocar em cima do estacionamento as quadras prejudicadas durante a construção. Haverá um período de sacrifício, mas não tem jeito. Faremos uma arena multiuso. Um local para 28 mil pessoas, climatizado em 24 graus, 22 no palco. O Morumbi continuará sendo o melhor estádio da cidade, mesmo depois de prontos os estádios do Palmeiras e do Corinthians. Não tenho a menor dúvida".

Kalil Rocha Abdalla: "O estádio está bonito, só falta a cobertura. O Juvenal acabou de trocar as cadeiras, o piso do térreo está muito bom, cheio de lojas, tudo em ordem. Só precisa da cobertura. O estádio perdeu a Copa porque o seu Juvenal Juvêncio achou que era amigo do Lula, mas o Lula era mais amigo do Andrés (Sanchez, ex-presidente do Corinthians) e resolveu ajudar e fazer o estádio do Corinthians".

FUTEBOL

Carlos Miguel Aidar: "Minha ideia é que o futebol do São Paulo tenha três áreas distintas: profissional, base e relações internacionais. Preciso de um vice-presidente que coordene tudo isso e tenha três diretores. Tenho alguns nomes na minha cabeça, mas ainda é cedo. Não deixo que os conselheiros percebam, mas ao mesmo tempo em que bato papo com eles, avalio se os perfis casam com minha ideia”.

Kalil Rocha Abdalla: "Quem vai coordenar será o vice e o diretor de futebol. Você precisa entender que a administração do clube não será feita pelo presidente, e sim por cada diretor. Não pretendo ter ingerência no futebol. Não vou opinar. Quero saber, mas quem decidirá tudo será a comissão técnica, o diretor, a equipe que compõe o departamento de futebol. Eles vão se reportar a mim, mas vão resolver o problema".
 
INVESTIMENTOS

Carlos Miguel Aidar: “É impossível fazer alguma coisa sem correr riscos. Vou pegar meia dúzia de milionários e sugerir: ajudem o São Paulo a trazer o titular da seleção do mundo. Tem de arriscar! E me sinto em mais condições do que o Juvenal de fazer isso porque tenho história nisso. Eu e o São Paulo temos credibilidade. Se um monte de investidores quiser se juntar, estarei de braços abertos para receber. Não há a menor dúvida".

Kalil Rocha Abdalla: "Só poderei contratar se tiver dinheiro. Consta que há um passivo no banco em torno de R$ 70 milhões. Isso mesmo com o dinheiro da venda do Lucas. Se for isso, a dívida do São Paulo seria trágica".

CT DE COTIA

Carlos Miguel Aidar: “Hoje, temos o Centro de Formação de Atletas Laudo Natel. Quero transformá-lo em Universidade Laudo Natel. Será uma escola de futebol, onde o garoto presta o vestibular, que é o tal do teste, e será desenvolvido moral, física, técnica e culturalmente até se tornar um cidadão preparado para ser bacharel do futebol, ou seja, jogador profissional. O São Paulo vai ter preferência na escolha dos melhores alunos, os mais bem graduados. Como é no sistema de formação norte-americana, onde as grandes figuras saem do esporte universitário".

Kalil Rocha Abdalla: "Uma maravilha, um espetáculo, mas mal administrado. Não sai nada de lá, não vejo aproveitamento. Hoje, há dois garotos que estão bem, mas daqui a alguns anos podem não estar jogando nada. Isso tem sido constante. Precisa ser dirigido por um diretor que faça funcionar e é essencial ter um técnico de renome. Vou observar algum nome de peso na praça que esteja disponível a partir de abril".

CLUBE SOCIAL

Carlos Miguel Aidar: “O São Paulo, enquanto clube social, precisa de um restaurante de boa cozinha, um teatro e um grande salão de festas. Agora vai ter tudo isso. E há uma grande deficiência que é o estacionamento. O São Paulo é meio pretensioso no que faz. À medida que fizermos as reformas grandes, poderemos atacar as pequenas. Há uma reclamação da ginástica feminina: a saída do exaustor de uma das cozinhas leva o cheiro de comida para dentro da sala. É tão simples, só fazer um duto canalizando pra cima, uma obra baratíssima. Ninguém nunca pensou porque não era importante. Vou precisar ampliar a sauna masculina. Fui lá outro dia, me diverti pra burro. Fica um monte de gordo de roupão na antessala comendo porco assado, carneiro recheado, tomando garrafas de cerveja. É só bobagem, vou fazer toda hora".

Kalil Rocha Abdalla: "A área social está muito boa. Falta a garagem, que idealizei em outro lugar. Dizem que os sócios achariam ruim ter o campo interditado por algum período, mas eu os levaria para jogar em Cotia, o que não é permitido hoje. Ou melhor, é permitido a algumas 'panelas'".

CBF/BOM SENSO

Carlos Miguel Aidar: "Eu conversei com o Rogério Ceni. A proposta deles é muito boa, mas não podem fazer greve contra a CBF porque os empregadores são os clubes. Eles têm de conversar com os clubes, e os clubes com a CBF. Essa é minha base. Acho que fazer greve é uma grande besteira, não é solução. Eles precisam do apoio dos clubes para negociar".

Kalil Rocha Abdalla: "Não tenho nada com isso (Bom Senso), eles que decidam o que quiserem. Cada setor faz sua reivindicação. O São Paulo peca há anos por não ter bom diálogo com os presidentes dos clubes. Não sou inimigo de ninguém, temos de engrandecer o futebol que é a alma viva do clube. O Marco Polo (Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol e vice da CBF) era advogado do Palmeiras quando eu era juiz do TJD (Tribunal de Justiça Desportiva). O José Maria Marin (presidente da CBF) se tornou meu amigo quando viajou conosco para vendermos o Careca para a Itália".

JUVENAL JUVÊNCIO

Carlos Miguel Aidar: "O Juvenal vai fechar sua gestão com chave de ouro. Se o ciclo não foi tão vitorioso no futebol, na área social deixará os campos reformados, o parque aquático novo e o projeto da reforma do Morumbi pronto e aprovado no Conselho".
Kalil Rocha Abdalla: "Sou contra o centralismo. Ele não tem diálogo, é o rei, ele que manda".

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