sexta-feira, 11 de abril de 2014

Juvenal revela desejos: descanso, três reforços e Ceni de técnico


Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo (Foto: Diogo Venturelli)
Na reta final de oito anos de mandato, presidente defende sua gestão, se diz frustrado com safra de técnicos e quer Rogério em nova função após aposentadoria  Juvenal Juvêncio já está retirando seus pertences da sala da presidência do São Paulo, no Morumbi. Ele tem seis dias no cargo, até a eleição da próxima quarta-feira, que deve eleger Carlos Miguel Aidar, candidato que apoia contra Kalil Rocha Abdalla. O quadro com a camisa da Seleção que Luis Fabiano usou na vitória sobre o Uruguai, em 2007, por exemplo, não está mais lá. Ele espera agora por outra camisa amarela (cor de sua chapa política), a que Rogério Ceni vestiu em sua homenagem na vitória por 3 a 0 sobre o CSA. Ambas ficarão em sua fazenda, em Santa Rosa de Viterbo, interior paulista.
A sala da fazenda também deverá ser seu camarote no dia 20 de abril, quando o clube vai estrear no Campeonato Brasileiro diante do Botafogo. Após oito anos de uma administração tão personalista a ponto de ter sido considerada centralizadora, Juvenal quer “olhar um pouco de fora”, descansar. Mas não por muito tempo.
O presidente admite que será difícil se afastar completamente. Conselheiro vitalício, ele descarta qualquer possibilidade de assumir um cargo que tenha ligação direta com o futebol profissional na provável gestão de Aidar, que terá início na próxima quinta-feira.  Mas não para de pensar o futebol.
Antes de limpar totalmente sua sala, Juvenal recebeu o GloboEsporte.com e fez confidências importantes: pretende que Rogério Ceni seja técnico do São Paulo muito em breve; quer discutir com a CBF o pagamento pela utilização de jogadores do clube na seleção brasileira, montante que, de acordo com ele, pode chegar a US$ 10 milhões; acha que o time precisa de dois ou três reforços para lutar pelo título do Brasileirão e sugere conversas entre os presidentes dos quatro grandes de São Paulo, além de intervenção mais forte do governo, para tentar evitar que o futebol brasileiro siga “descendo o morro”.
Juvenal, que admitiu ter se emocionado com a homenagem dos jogadores, com máscaras que imitavam seu rosto, a ponto de precisar segurar as lágrimas, só não revelou mesmo sua idade, um mito que circula por todo o clube. Pelas publicações mais gerais, ele teria, hoje, 82 anos.
- Nunca publicaram certo, rapaz. Só aumentam, nunca diminuem. Só querem meu mal (risos).
Durante toda a entrevista, o presidente fez rabiscos em dois pedaços de papel (sua mesa é repleta deles). Desenhou o número de contratações que deseja fazer (ou apenas ver), sua trajetória política, cubos, linhas retas, tortas. Ao final, rasgou em vários pedaços e os jogou no lixo. Como se fosse o fim de um ciclo.

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