Em Alagoas, Aloísio Chulapa espera Rogério Ceni para lançar projeto

Campeão mundial pelo Tricolor em 2005, atacante não esconde carinho pelo goleiro são-paulino e avisa que vai dar o pontapé inicial da escolinha com o 'Patrão'
Aloísio Chulapa é cercado por amigos. Carismático e boa praça, o ex-atacante do São Paulo se enturma facilmente. No futebol, fez muitas parcerias, mas ele costuma dizer que uma tem valor especial. O goleiro Rogério Ceni teve, segundo Chulapa, papel decisivo na sua contratação em 2005 e o ajudou a subir de patamar. No Morumbi, fez história, conquistando ao lado de Ceni três brasileiros consecutivos e um Mundial Interclubes.
Por tudo o que viveu no São Paulo, o alagoano aguarda com ansiedade a chegada do Tricolor à capital alagoana. Quarta-feira, o time vai enfrentar o CSA pela Copa do Brasil, às 22h, no Estádio Rei Pelé, e Chulapa vai matar a saudade dos amigos. O jogador, de 39 anos, recebeu o GloboEsporte.com em Atalaia, interior de Alagoas, contou histórias da bola, provou todo o carinho pelo Tricolor e prometeu mostrar a Ceni seus projetos.
- A minha passagem pelo São Paulo é inesquecível. Até hoje não dá para apagar cada momento que vivi no clube. Foi a partir daí que passei a ser conhecido no mundo todo pela fase maravilhosa, quando fui campeão mundial e conquistei três brasileiros seguidos. Então, é uma paixão muito grande que tenho pelo São Paulo. O clube vai ficar para sempre guardado em mim, na minha família, nos meus torcedores e nos amigos da minha cidade –  declarou o jogador, com o sorriso aberto.
Segundo Aloísio, as melhores recordações que guarda do clube são as amizades. Nesse quesito, Rogério Ceni, a quem chama carinhosamente de 'Patrão', é também o número 1.
- A gente se fala direto, sempre está em contato. Tanto nas horas boas, como nas horas ruins. Eu sempre estou mandando mensagens pra ele e ele manda pra mim também. Ele é o meu patrão.
O atacante revelou que foi Ceni quem o convidou para defender o São Paulo. Até as frases do goleiro no dia especial são repetidas ainda hoje pelo alagoano.
- A gente estava disputando a final da Copa Libertadores, eu pelo Atlético-PR, e na primeira partida fiz um gol de cabeça nele. No segundo jogo, no Morumbi, mais de 70 mil torcedores e a gente perdendo por 1 a 0. Eu cheguei perto dele numa cobrança de escanteio a nosso favor e ele me falou assim: 'Eu já mandei te trazer pra jogar com a gente'. E eu falei: 'Você está com medo que eu faça outro gol em você (risos)'. Daí, ele respondeu 'Você vai ver', e ainda me disse: 'Quando você chegar lá no CT da Barra Funda, a primeira pessoa que vai te abraçar sou eu'. E eu não acreditava. Nem liguei para o que ele estava falando - recordou.
- Nós perdemos o título para o São Paulo e uma semana depois eu estava treinando no clube. Aí, ele falou: 'E agora, posso te dar um abraço?' Por tudo isso eu agradeço muito a ele. Isso pra mim é inesquecível, fica guardando para sempre na minha memória e agradeço muito ao Rogério e ao Muricy [Ramalho]'.