Depois de declarar amor pelos dois clubes, técnico tenta dar fôlego ao Tricolor na luta contra a degola, mas pode afundar o Timbu, nesta quarta O coração de Muricy Ramalho estará aos pedaços, a partir das 21h desta quarta-feira, no Morumbi. São Paulo e Náutico, clubes com os quais o treinador mais se identica, fazem um duelo importante na parte de baixo da tabela do Campeonato Brasileiro. Ao mesmo tempo em que tentar fazer o Tricolor engrenar e se distanciar da zona do rebaixamento, o comandante pode colocar o Timbu ainda mais próximo da Série B.
Formado como jogador nas categorias de base do São Paulo nos anos 70 e depois tricampeão nacional como treinador (2006, 2007 e 2008), o técnico encontrou um novo amor no Recife. Antes de ganhar projeção nacional e virar um dos principais técnicos do país, ele ajudou o Náutico a conquistar duas vezes o estadual (2001 e 2002). Virou ídolo. Virou alvirrubro.
– Não tínhamos recurso, nem estrutura e dinheiro, mas quando gostamos do clube é assim. Por isso que eu digo que o Náutico é o meu time do coração. É um time que tive gosto de trabalhar. Não tem preço que pague ser reconhecido por uma torcida que a gente aprendeu a gostar – disse o treinador, em 2012.
Agora, um dos amores de Muricy vai sofrer. Depois do empate no clássico contra o Corinthians, o São Paulo aparece em 15º lugar, com 34 pontos, e precisa de um triunfo para respirar. O Náutico, lanterna com apenas 17, necessita de um milagre para fugir da degola nas últimas dez rodadas.
São Paulo: Muricy fez um treino tático fechado na terça-feira e não revelou a equipe. No entanto, o volante Wellington e o meia Paulo Henrique Ganso cumpriram suspensão e retornam. O primeiro pode até ser utilizado como lateral-direito, já que Paulo Miranda e Douglas estão fora. A provável formação é a seguinte: Rogério Ceni; Wellington, Rodrigo Caio, Edson Silva e Reinaldo; Denilson, Maicon, Ganso e Jadson; Ademilson e Aloísio.
Náutico: o técnico Marcelo Martelotte fez três mudanças no time que perdeu para o Internacional no último domingo. As duas primeiras foram por obrigação, já que o zagueiro João Filipe não pode jogar por força de contrato, e o lateral-direito Maranhão está suspenso. A terceira foi por opção com a saída do atacante Olivera para a entrada do meia Ángelo Peña. O Náutico deve jogar com Ricardo Berna; Derley; Alison, William Alves e Bruno Collaço; Elicarlos, Dadá, Martinez, Ángelo Peña e Tiago Real; Maikon Leite.
São Paulo: Paulo Miranda e Douglas (suspensos pelo terceiro cartão amarelo) Antônio Carlos e Luis Fabiano, com lesões na coxa esquerda, e Rafael Toloi, com dores no tornozelo direito.
Náutico: os zagueiros João Filipe e Luiz Eduardo não podem jogar porque pertencem ao São Paulo. O lateral-direito Maranhão cumpre suspensão depois de ter sido expulso contra o Internacional e o zagueiro Leandro Amaro e o atacante Rogério seguem vetados pelo departamento médico).
São Paulo: Lucas Evangelista, Luis Fabiano, Reinaldo e Rodrigo Caio.
Náutico: Auremir, Jean Rolt, Leandro Amaro e William Alves.
Elmo Alves Resende Cunha (GO) apita o jogo, auxiliado por Neuza Inês Back (SC) e João Patricio de Araújo (GO). O árbitro trabalhou em seis partidas neste Brasileiro, inclusive Botafogo x Náutico, na 8ª rodada. Elmo Resende aplicou 3,7 cartões amarelos em média e um vermelho (média de 0,2). Ainda marcou média de 32,2 faltas por jogo e assinalou um pênalti (média de 0,2). O campeonato tem média de 4,4 cartões amarelos e 0,3 cartões vermelhos. São 34,8 faltas em média por partida e 0,2 pênalti por confronto.
São Paulo: as duas equipes estão lado a lado no número de finalizações em gol. O São Paulo é a oitava que mais tentou (349) e o Náutico é o nono (336). O São Paulo é o sétimo que mais conseguiu finalizações certas (129) e o Timbu, o 12º (117). Em Brasileiros, como mandante, o Tricolor nunca perdeu para o Náutico. Foram cinco vitórias e dois empates, com 14 gols são-paulinos e três do Timbu.
Náutico: pior defesa da competição (52 gols sofridos), o Náutico é o time que mais finalizações sofreu na competição (437), enquanto o São Paulo tem a quinta melhor defesa (levou 29 gols) e é o décimo time que mais finalizações permitiu aos adversários (335). Uma dos motivos é que o Timbu é o time que mais finalizações certas sofreu (158), enquanto o Tricolor é o quinto que menos finalizações desse tipo permitiu (112).
Na 8ª rodada do Brasileirão de 2009, o São Paulo contou com gols de Hernanes e Jean Rolt, hoje zagueiro do Náutico, para derrotar o Timbu por 2 a 0, no Morumbi. Naquela partida, o goleiro Rogério Ceni estava se recuperando de cirurgia e deu lugar a Denis. O técnico tricolor era Ricardo Gomes e o do Náutico era Geninho.
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